Comunicação não violenta; o que é? li recentemente o livro “Comunicação não Violenta” do autor Marshall Rosenberg, o que me levou para o seu segundo livro, lançado mais recentemente, cujo título é “Vivendo a Comunicação Não Violenta”. Pensei que seria uma nova edição ou uma releitura do seu famoso livro, mas me enganei. É evidente que o tema é o mesmo e a técnica também, no entanto , notei um estilo bem pessoal e uma leitura ainda mais rica em exemplos que no seu primeiro.
O autor traz como uma forma de se expressar que vem do coração. Seria uma comunicação compassiva ou a forma que a compaixão tem de se expressar. Ok, mas ainda está muito vago… Talvez as palavras por favor e obrigado reproduzam o cerne da comunicação, ou seja, em toda interação existe uma necessidade com pedido (por favor) e o reconhecimento do que o outro fez (obrigado). Parece simples não? Essa é a comunicação não violenta.
Qual seria o problema então? Por que existem tantos conflitos? Qual é o motivo de as interações serem tão cheias de crítica, sarcasmo, ironia e cinismo? A resposta é: simplesmente não aprendemos a reconhecer o que se passa conosco e com o outro, e me refiro a sentimentos e necessidades. E também não praticamos como transmiti-los nas conversas. Note, falei em sentimentos e necessidades. Isso é uma comunicação do coração, compassiva. E quando é nesse nível não há crítica, desrespeito, acusações, mas uma expressão de dificuldades e desejos de melhorar. Não há ataque, mas respeito, e os pedidos não são exigências, mas expressões da necessidade de alguém.
Marshall em um trecho de seu livro “Comunicação não violenta” diz que se alguém faz algo sem desejar é porque alguma necessidade não foi atendida e seria desejado que não o fizesse. A comunicação deve envolver essas demandas das partes até que todos se sintam satisfeitos e suas necessidades sejam atendidas.
Acredito que o primeiro contato com a CNV pode ser feito lendo esses dois livros do autor Marshall Rosemberg. De maneira muito cativante e didática traz os princípios e os exemplifica com diversas situações reais. Naturalmente, ler um livro não vai fazer a técnica ser desenvolvida e recomendo de maneira adicional, para os que querem se aprofundar, participar de workshops ou cursos de CNV para aprimoramento.
O contrário da comunicação não violenta é a comunicação alienante, uma forma de se expressar que buscar encontrar um culpado e que a base são os julgamentos. “Você nunca me escuta; você agiu de maneira errada, não pode falar desse jeito comigo, você sempre chega atraso, nunca faz sua atividades como solicito”.
A CNV é a comunicação da compaixão. Poder exercer esse tipo de interação com as pessoas do seu convívio certamente trará mais harmonia, seus pedidos poderão ser atendidos com mais eficácia e ainda poderá se conectar de maneira mais profunda e humana com todos que estejam ao seu redor. Vamos lembrar que não tem nada a a ver com manipulação, mas com reconhecer os próprios sentimentos e necessidades em si e no outro e de maneira respeitosa trazer isso na forma de pedidos, de maneira gentil e se colocando.
Vale uma boa leitura! Recomendo.
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Dr Caio Magno – Psiquiatra e terapueta ( TCC com foco em ACT e mindfulness) – Moema – São Paulo – SP
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