Confiança: um sentimento ou uma ação?

Confiança é um sentimento? Muitas pessoas com depressão e quadros ansiosos, ou de maneira geral, que estão vivenciando algum sofrimento emocional mais intenso podem perder a confiança em si e em suas habilidades, seja no trabalho ou em outro lugar em que surja algum pequeno desafio.

Confiança como sentimento

Geralmente entendemos confiança de maneira inadequada, como um sentimento que surge dentro de nós e nos impulsiona em direção a o que desejamos. Essa definição é possível, mas perigosa e um tanto ineficaz. Seria como se tivéssemos que construir esse sentimento antes de tomarmos partido de algo, antes de nos comprometermos com alguma ação.

Confiança como ação

A psicologia mostra de uma maneira diferente. Confiança pode ser considerada uma ação de confiança, ou seja, não necessariamente vou sentir algo que me impulsiona, muito pelo contrário, o mais provável é o surgimento de medo e ansiedade diante de um desafio. Do latim significa “com fidelidade”, um ato de acreditar, confiar. Quando confiamos em alguém para fazer algo, por exemplo, um bom médico que nos assista. Ao depositar confiança nele, não significa que temos certeza que os problemas serão resolvidos e nos sentimos calmos e relaxados. Significa acreditar, mas a dúvida se mantém, a ansiedade é algo normal. Mesmo assim ajo em função de desse meu ato de fé, mesmo me sentido um pouco inseguro.

Não quero dizer que não vamos buscar desenvolver também o sentimento, algo que surge naturalmente a partir da prática e experiência, mas que no caminho em busca do que queremos alcançar há muito mais medo e insegurança, e saber manejá-los é o primeiro passo para uma atitude confiante.

Dr Caio Magno – Médico Psiquiatra – São Paulo – SP