Problemas para dormir são muito comuns e relacionados a vários quadros emocionais como depressão, pânico e ansiedade generalizada. Ansiedade relacionada a qualquer fator aumenta a vigilância da pessoa e dificulta o início e manutenção do sono. A noite tende a ter uma qualidade ruim e com muitos despertares.
Existe um outro tipo de ansiedade, diferente do anterior, pois está relacionada ao próprio sono. Esse é o componente da insônia psicológica ou primária. Em virtude de dificuldade recorrente de conciliar o sono a pessoa passa a temer e ficar apreensiva à medida que a noite vai chegando. Tem pensamentos como: “vou ficar rolando na cama, amanhã vou ficar mal pois não vou conseguir dormir, não dá para viver sem um boa noite de sono”
Algo semelhante acontece com pessoas que tratam insônia cronicamente com medicações hipnóticas. Muitas vezes desenvolvem dependência em virtude de terem apresentado uma melhora do padrão de sono com o remédio e não tolerar mais noites não tão bem dormidas, algo normal e natural de se acontecer com qualquer pessoa.
O ciclo de manutenção da insônia psicológica é, portanto, temer a noite de sono, ficar ansioso e tenso, não dormir, ficar cansado, o que por sua vez gera mais temor com a próxima noite.
O tratamento envolve questionar os pensamentos relacionados ao prejuízo e desconforto relacionados com a noite mal dormida. Perceber que nem sempre o sono terá a mesma qualidade e não significa que virão várias noites de insônia.
As medicações devem ser usadas por curtos períodos de tempo. Não há segurança estabelecida para períodos de mais de 3 meses. No entanto podem ser utilizadas por mais tempo com indicação adequada.
Sou formado em terapia cognitivo-comportamental (Centro de terapia Cognitiva – CTC Veda) e mindfulness (Universidade Federal de São Paulo). Comecei minha atuação profissioanal como psiquiatra e desde a residência já tinha interesse nas terapias/ psicoterapias. Assim que finalizei essa formação ingressei numa especialização em terapia cognitivo-comportamental.
Ficava intrigado com funcionamento da mente e pude compreender com o curso que geralmente o sofrimento se deve mais à forma como as pessoas vêem uma situação do que pela situação em si. Achei esse conceito maravilhoso e com grande potencial terapêutico.