Mindfulness é um termo com alguns significados. Começo pelo que não é. A tendência ao ver a palavra em inglês é fazer a tradução literal para “mente cheia”. Esse significado é errado e expressa algo muito contrário ao conceito. A mente no estado de mindfulness tende a ter um fluxo menor de pensamentos.
O primeiro significado se refere ao estado de mindfulness, a tradução para o português, atenção plena também não é boa. O que de fato eu inferiria que seria atenção plena? Deixando o lero lero de lado, uma definição seria: o estado produzido ao levar a atenção para o momento presente com uma atitude curiosa e sem julgamento. A perspectiva de mindfulness é a da observação, diferente do que estamos acostumados, fazer inferências, julgamentos, reflexões. É notar, observar sem buscar brigar com o que estamos observando, sem julgar.
Até o momento temos o seguinte. Ao praticar mindfulness, digo, o termo pode se referir a uma prática, ou seja, levar nossa atenção ao momento presente com as características acima. E como resultado temos o estado de mindfulness que no inglês tem uma palavra melhor: “awareness”.
Quando estamos pensando com aquela vozinha interna não estamos em mindfulness e quando notamos que estamos pensando estamos em mindfulness. Daí partem duas perspectivas a da mente (modo fazer, pensar, refletir, julgar e inferir) e a do eu observador (notar, reconhecer, perceber os estímulos de todos os sentidos).
Equilibrar-se entre esses dois modos, entre a reflexão e autopercepção, permite melhor gestão dos nossos estados internos, bem como com maior conhecimento de si e decisões mais acertadas.