A tempestade e as emoções
O aprendizado culturalmente passado de geração para geração é que existem emoções ruins e boas. Tristeza, ansiedade, raiva, angústia e medo são ruins e por assim serem, devem ser eliminadas, controladas. Outra forma pouco saudável de lidar seria fugir, não entrar em contato ou se esquivar. A ideia que quero passar é que a tendência natural da mente é produzir tudo isso de maneira natural; os pensamentos negativos sobre o futuro, julgamentos e emoções como tristeza e raiva são normais, ou seja, do próprio funcionamento e natureza da mente.
Se existe uma tempestade, uma chuva forte num dia em que a expectativa seria ir ao parque para aproveitar o sol, no final de semana, não aceitar essa realidade e praguejar contra ela, traz alguma mudança nas precipitações da chuva ou na freqüência dos raios? Quantas vezes não tentamos controlar essas tempestades internas? A proposta de tratamento psicológico envolve não brigar com a realidade da tempestade pois ninguém pode vencer o tempo, mas mudar a perspectiva em relação a ela e essas mudanças internas naturais. Se chove fortemente, que tal por uma capa, sair com guarda-chuva, ir a um local coberto, tomar um café, um chá, jogar conversa fora com alguém? Claro, que pensamentos “negativos”, ou melhor com algum conteúdo descrito como negativo, surgem e isso é normal. A atitude diante deles pode ser de uma luta interna, ou simplesmente reconhecer que surgiram, percebê-los e levar a atenção para o que se deseja fazer, seja ficar em casa e apreciar um filme no netflix, seja sair e visitar amigos.