Depressão resistente e refratária: tratamento

Escrito por Caio Almeida

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A depressão refratária não apresenta uma denominação homogênea na literatura.

A ciência já evoluiu muito no tratamento de depressão; a base de informações científicas é abrangente. Nesse post faço um resumo direcionado ao público de fora da área médica com alguns pontos do tratamento.

Para definir depressão resistente são necessários dois tratamentos com medicações eficazes. Cada tratamento dura de 6-12 semanas se tem uma resposta ou 4-6 semanas caso o benefício seja muito discreto. A ideia é não perder tempo na otimização.

A depressão refratária não apresenta uma denominação homogênea na literatura. Entende-se como um quadro que não responde de maneira satisfatória a vários cursos de tratamento que devem envolver:

Antidepressivos – vários (por exemplo, três a seis) ensaios com diferentes drogas e classes
Medicamentos adjuvantes – múltiplos (por exemplo, dois a quatro) ensaios com diferentes drogas
eletroconvulsoterapia (ECT) – pelo menos um curso
Psicoterapia adjunta – pelo menos uma tentativa

Muito se tem estudado, no mundo, atualmente, sobre o tratamento de depressão refratária, e nos últimos anos surgiu uma nova modalidade que ainda está em testes, o uso da ketamina injetável e mais recentemente inalada. Os dados indicam benefício, efeito mais rápido, mas ainda perda de eficácia com o tempo e risco de abuso. A medicação pode ser em breve uma possibilidade terapêutica adjuvante no arsenal médico de tratamento, principalmente em pacientes com risco de suicídio, devido ao benefício para tanto.

Nas minha revisões venho me deparando com duas coisas intrigantes, o pouco espaço dado a outras modalidades acessórias, mas com benefício para depressão. Digo, são eficazes para contribuir com a melhora, mas deixadas de lado, meio que escondidas. Muito provavelmente tal fato ocorre pelo enfoque medicamentoso. Enfim, exercício físico, ômega 3, exposição à luz, meditação, mindfulness, inserção social, treino habilidades psicológicas e emocionais. Todas essas ferramentas tem evidências de benefício na depressão. O psiquiatra deve enxergar mais recursos, olhar de maneira mais abrangente o paciente, abordar outras esferas para que o remédio seja um dos recursos e não o único.

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