Medicações psiquiátricas causam dependência? É a dúvida que muitos pacientes têm. Eu diria que é o medo número um do tratamento psiquiátrico, o receio dos malefícios das medicações.
Eu diria que o perfil das medicações da psiquiatria é parecido com o de outras áreas da medicina. No entanto, em virtude do imaginário popular, existem informações inadequadas, incorretas ou extremamente distorcidas dos tratamentos psiquiátricos. A fantasia retratada do tratamento é mais viva que a realidade.
Isso acontece em virtude da história da psiquiatria. De fato, houve uma fase longa em que a doença psiquiátrica era vista como algo muito estranho, em alguns casos obras de feitiçaria ou resultados de ações malignas. Essa foi a psiquiatria de séculos atrás que deixou de existir há muito tempo. O imaginário popular guarda firmemente isso em parte pela contribuição dos filmes, novelas e romances. Neles o psiquiatra é o senhor de uma instituição que tira a liberdade dos seus pacientes e até os maltrata.
Ao longo do século passado a psiquiatria foi por muito tempo focada em hospitais psiquiátricos, isso antes das medicações mais novas, do avanço da especialidade. Praticamente o tratamento era afastar da sociedade e eletroconvulsoterapia quando surgiu. Não existiam as inúmeras medicações modernas de hoje. Apesar de passado, a história ficou marcada, distorcendo tudo que gira em torno da psiquiatria, inclusive as medicações. Se imagina que elas são fortes, fazem mal.
O imaginário da doença mental é repleto de medos. O adoecimento por vezes é intenso e nem um pouco bonito. Essa distorção alcança tudo. Uma outra imagem que surge na mente das pessoas é que o psiquiatra gosta de dopar os pacientes. De onde vem? O medo do adoecimento é grande, muito enraizado. Nada mais natural que o temor pelo remédio que vai “mexer com a cabeça”.
Eu diria que 95% das medicações não causam dependência, com exceção das tarjas pretas, os benzodiazepínicos, alguns indutores do dono como zopidem, estimulantes para TDAH como metilfenidato, lisdexanfetamina, etc. Mesmo essas medicações quando usadas de maneira adequada têm risco baixo de dependência.
Enfim, precisamos separar a boa psiquiatria das fantasias que a cultura criou em torno do tratamento psiquiátrico. Ele é bem mais ameno do que se imagina…
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Dr. Caio Magno – Psiquiatra e Terapeuta – São Paulo
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