Psiquiatria

O que é crise de pânico?

Crise de pânico: vamos entender o que é e qual é a diferença para uma crise de ansiedade?

O que é uma crise de pânico?

Crise de pânico é uma crise de ansiedade muito intensa de duração de alguns minutos. Algumas sintomas são palpitações, falta de ar, sensação de que vai desmaiar, formigamento nas mãos, náusea, tremores, dor no peito, dor no braço esquerdo, tontura, etc. Os sintomas variam de pessoa para pessoa, sendo que algumas sentem mais falta de ar, outras taquicardia e aperto no peito, outras tantas náusea e desconforto no estômago.

Apesar de haver bastante variação nas crises, elas costumam se repetir de maneira parecida no mesmo paciente. Quem costuma ter falta de ar como principal sintoma da crise, geralmente mantêm essa característica e por aí vai.

O que é uma crise de ansiedade?

Crise de ansiedade  é uma crise em que o principal sintoma é ansiedade. Poderíamos pensar que a crise de pânico é um tipo de crise de ansiedade pois esse sintoma é o principal. Seria um termo mais genérico. Pode aparecer em vários problemas emocionais como depressão, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno obsessivo compulsivo, fobia social, etc. Se existe ansiedade que vem em pico, com duração de alguns minutos é crise de ansiedade. Agora, nem toda crise é característica de pânico.

Qual é a diferença entre crise de ansiedade e crise de pânico?

A crise de pânico é uma crise de ansiedade com as características que comentei acima. E existem algumas particularidades. Na crise de pânico o paciente apresenta uma sensação física que é interpretada como uma ameaça. Esse erro de julgamento leva a medo e esse medo reforça a ideia de que a pessoa está sob ameaça de sua integridade física (infarto, crise de falta de ar, AVC). Também essas crises surgem de maneira espontânea, sem estarem relacionadas a algum outro transtorno mental como depressão, transtorno de ansiedade generalizada, etc.

Como controlar uma crise de pânico?

Não gosto da palavra controle para falar de ansiedade ou pânico porque é essa intenção de querer aliviar logo a ansiedade que gera a amplificação da síndrome do pânico. A pessoa fica desesperada para se sentir calma e se livrar da ansiedade e isso só faz aumentar a intensidade das emoções, o que gera a própria crise. A melhor forma de manejar a crise de pânico ou de ansiedade é se firmando no presente, reconhecendo a ansiedade, as sensações, os próprias pensamentos, sem precisar melhorar logo. Em caso de a respiração estar mais acelerada ou lentificada, simplesmente respirar normalmente, sem buscar usá-la como forma de controle pois o tiro sai pela culatra. Largar o controle é o que chamamos de aceitação ou expansão. Aceitamos aquele desconforto naquele instante, não porque estamos querendo ficar com ele, mas porque buscar se livrar só piora e uma atitude mais suave é necessária. É expandir o espaço interno, sem se desgastar com o controle. A ansiedade com o tempo vai amenizando.

Crise de pânico pode causar infarto?

Infarto do coração e crise de pânico podem ter sintomas parecidos como dor no peito, ansiedade, falta de ar, dor no braço esquerdo. Tanto que essas crises comumente levam o paciente ao pronto-socorro pois de fato parece que está morrendo. No pânico o quadro típico é o de uma pessoa jovem, dos 20-45 anos que vai ao pronto-socorro com os sintomas acima. Ela se apresenta bem receosa de que possa ter um problema de saúde grave e nos exames não há alteração, por exemplo o eletrocardiograma é normal e a pessoa tem história de ser mais ansiosa ao longo da vida. No caso de infarto geralmente acontece entre pessoas com fatores de risco do coração como diabetes, obesidade, colesterol alto, pressão arterial e em pessoas com mais idade.

É claro que se estamos falando de uma pessoa de 25 anos com história de ansiedade, sem fatores de risco e que chega ao PS com dor no peito, o provável é pânico. Por outro lado se estamos falando de uma pessoa com os mesmos sintomas com idade de 50 anos sem história de ansiedade é importante afastar infarto do coração.

E crise de pânico pode causar infarto? Na crise existe uma grande liberação de hormônios de estresse, a pressão pode subir. Se o paciente tem fatores de risco e uma reserva cardiológica baixa, apesar de muito difícil acontecer, poderia ter um infarto. Mas, de maneira geral, crises de ansiedade não causam infarto.

Como tratar a síndrome do pânico?

É importante fazer uma avaliação com um psiquiatra para diagnosticar o pânico e avaliar clinicamente com exames. Após o diagnóstico é possível indicar medicação adequada para tratar e psicoterapia.

Que tipo de psicoterapia serve para pânico?

As terapias para pânico são as cognitivo-comportamentais. Através delas o paciente aprende a se soltar ou reinterpretar os pensamentos catastróficos de que está em risco com a ansiedade. Também desenvolver habilidades para lidar com a ansiedade, pensamentos difíceis e estar mais presente.

Para saber mais sobre os tratamentos confirma mais textos AQUI.

Caio Almeida

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