Depressão é doença do cérebro?
Para responder a esta pergunta precisamos revisitar o conceito de dualidade imposto por Descartes. A partir dele passamos a dividir o mundo em dois, o da mente e o da matéria ( do cérebro). Existem filósofos que se debruçam nesse conceito de dualidade até hoje e a tendência atual é ter uma visão mais integrada de mente e cérebro, com uma teoria que ao invés de ser dualista é monista, numa mudança de paradigma desde Descartes. Mente e cérebro são a mesma coisa, simplesmente aspectos distintos de uma mesma realidade.
Portanto, quando tomo um antidepressivo ele age no meu cérebro e na minha mente. Há uma melhora do estado de humor através de uma ação sobre circuitos cerebrais e isso tem uma repercussão paralela sobre os pensamentos e emoções. Quando desenvolvo habilidades de manejo de pensamentos e emoções, há uma transformação nos aspectos da mente e de maneira paralela sobre o cérebro.
Separar mente do cérebro é um erro de perspectiva, uma falha do raciocínio. São duas faces de uma mesma moema. Não há como eliminar uma sem destruir a outra; não há como existir uma sem a outra.
Dr Caio Magno – Médico psiquiatra – Moema – São Paulo