Acredito que é uma das mais importantes discussões relacionadas a esse aspecto psicológico em especial: o desejo de entregar bons resultados. Quem não deseja agir com suas melhores habilidades? Que profissional, pai, marido, esposa, mãe, não gostaria de agir com seus melhores recursos?
Certamente boa parte de nós deseja excelência em algumas áreas. Nas empresas e nas universidades vemos milhares de pessoas buscando alcançar postos mais altos de reconhecimento e desenvolvimento. E isso curiosamente pode ser um problema, acredita? Frequentemente atendo pacientes que caem numa armadilha relacionada a esse tema. Como sair do alçapão do perfeccionismo em direção ao caminho da excelência?
A autora Christine Carter, no livro ponto de equilíbrio, discute a diferença entre esses dois aspectos. Perfeccionismo é o mesmo que agir com excelência? Ambas atitudes são funcionais e promissoras? Sinto muito dizer isso, mas não! Existe uma sutil diferença, mas que se torna gigante tanto no resultado quanto na forma.
Perfeccionismo ou excelência?
O perfeccionismo gera exaustão, a excelência, por outro lado, produz empolgação, motivação e entusiasmo. O primeiro vem de uma fragilidade psíquica da pessoa, de um desejo de provar que não é ruim ou incapaz. O segundo vem do contato e reconhecimento de qualidades. Perfeccionismo é o falso antídoto para uma gama de impressões negativas de si: “eu não sou tão bom, mas se eu me esforçar e der o meu máximo, talvez entregue um bom resultado”. É uma tentativa de nossa mente de neutralizar uma profunda percepção de incapacidade.
Se o perfeccionismo fosse algo funcional, as pessoas com essa atitude seriam leves e satisfeitas, mas não é o que acontece. Estão ansiosas, infelizes e insatisfeitas. Não é a toa que os transtornos de ansiedade da psiquiatria frequentemente tem como característica esse tipo de atitude.
Como diferenciar?
O “x” da questão é o “porquê”. Qual o motivo de eu me dedicar a esse trabalho? É por receio de falhar (perfeccionismo) ou porque me empolgo e me entusiasmo com o desafio (excelência)? Como me sinto nessas situações? Fico sobrecarregado, ansioso e triste ou contente, energizado e empolgado?
Sair do perfeccionismo para a excelência envolve primeiro reconhecê-lo, entender como funciona e trabalhar as inseguranças que estão acompanhando. Ele é um mau recurso que nossa mente criou para vencermos. Como em parte entrega algo apesar do elevado custo emocional, facilmente se mantém no psiquismo da pessoa.
Resumo:
Entregar um bom resultado pode ser perfeccionismo ou excelência
Perfeccionismo vem de uma fragilidade psíquica da pessoa, de um desejo de provar que não é ruim ou incapaz. Acompanha emoções como ansiedade, tristeza, desmotivação.
A excelência vem do contato e reconhecimento das suas qualidades e traz entusiasmo, energia e empolgação.
Para caminhar de perfeccionismo para excelência é necessário trabalhar as inseguranças que o acompanham.